Acionistas aprovam compra da Dell por US$ 25 bilhões pelo fundador

Os acionistas da Dell aprovaram a oferta de US$ 25 bilhões do fundador Michael Dell para a compra da companhia, o que fará a empresa fechar seu capital e encerrará meses de conflitos com grandes investidores, além de remover incertezas sobre a terceira maior fabricante de computadores do mundo.

Acionistas aprovaram a operação em uma reunião especial nesta quinta-feira (12), em Austin, no Texas. Com base nos resultados preliminares, a oferta foi aprovada e a operação deve ser concluída antes do fim do terceiro trimestre fiscal da Dell.

Agora, o ritmo de transformação interna da empresa deve ser acelerado. A aprovação da oferta também deve tranquilizar clientes da companhia, que estavam preocupados diante da batalha pública pelo controle da empresa, travada por Michael Dell contra o investidor Carl Icahn e os fundos de investimentos Southeastern Asset Management e T. Rowe Price.

"Assim que o negócio for consumado, eles poderão seguir adiante e concluir grandes negócios de infraestrutura em que estavam trabalhando", disse a analista Shannon Cross, da Cross Research.

Michael Dell, que fundou a companhia com seu nome em 1984 em um dormitório universitário, e sua sócia Silver Lake lutaram por meses para convencer investidores céticos de que sua oferta era a melhor opção para a companhia.

Esta semana, o empresário ganhou vantagem depois que Icahn, um de seus principais oponentes desistiu da disputa dizendo que seria "impossível vencer". A Dell divulgou no mês passado uma queda de 72% no lucro trimestral, refletindo cortes de preços.

Michael Dell tem defendido que a reformulação de sua companhia em direção a uma fornecedora de serviços de computação para empresas nos moldes dos tomados pela IBM. Segundo ele, complexa, a transformação será melhor promovida longe dos holofotes do mercado acionário.

Futuro difícil
Ainda não está claro se a Dell poderá reforçar seu portfólio de armazenamento de dados, rede e software para rivalizar com HP e outras empresas. Alguns analistas creem que a estratégia pode ter chegado tarde, pois parte do mercado corporativo já é atendido por IBM e HP.

Com o mercado de computadores pessoais sinalizando nova contração em 2013, investidores têm afirmado que a empresa tem poucas opções.

Asoka Kodali, um acionista que detém 3 mil ações da Dell, afirmou que apoiou a oferta de Michael Dell apesar de perder algum dinheiro na operação.

"Eu não gostei da oferta, mas eu apoiei ela desta vez porque não vejo futuro para a Dell como companhia aberta", disse ele antes de a votação começar. "Em vez de ter meu dinheiro preso na empresa, eu prefiro assumir uma perda", afirmou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário